domingo, 5 de dezembro de 2010

Um bar distante á meia noite.

" Ascendo um cigarro com apenas uma das mãos, meus lábios estão tão secos que sinto o filtro se prender, levando um pedaço da minha pele delicada ao ser brutalmente arrancado dalí. A fumaça impestia o quarto e eu me sinto estranhamente melhor, como se toda a nicotina me fizesse sentir num antro. Aqui pode-se encontrar de tudo, desde garotinhas idealistas até as vulgares sem mente enxendo a cara de cerveja barata. Solto um riso. Me olho no espelho e não consigo ver nada, isso sou eu. Refletindo o mundo nos olhos, ainda há um brilho de lembranças que vem do mais fundo delírio que podia encontrar mim. Sim, delírio, não há mais nada além de insanidade. "

Lu; Você é foda. Mas não vai adiantar eu falar, você não vai acreditar. Mas também, quem acreditaria num escritor fodido ?


Somos fodidos, vamos acabar num bar de esquina, bebedo uma cerveja barata sabádo a noite, filosofando e nos perguntando porque as pessoas que mais amamos nos deixaram de maneira tão brusca. . .
A vida isso, o computador é um bar. . . com milhares de alcoolatras querendo desabafar. . .agente ri e chora, se encanta e chora de novo. . .estamos fazendo da nossa vida um calvário. . . Hoje eu chorei e me sinto mal, e quer saber ? amanhã vou estar aqui, me vendendo barato, criticando a vida e tentando idealizar o que já foi perdido. É meu papel, e o seu também.

Lu; eu tô chorando agora e me sinto mal. porque eu tenho casa, um teto, comida... choro por que? reclamo do que?


porque você é gente e comida e bebida, não faz o mundo parecer melhor. . . Cama para dormir, teto para morar ? O que é tudo isso diante do mar de instatisfações que temos dentro de nós mesmos desde que nascemos ? Pessoas que não podem comer, não tem aonde morar e morrem se drogando, são mais felizes em sua falta inexistente, porque não tem tempo de sentir, ou simplesmente criticar essa coisa banal que chamamos de vida. Estão preocupados de mais em onde encontrar um cigarro, uma guimba, um jornal, um lugar longe da chuva, ou um vidro de cola para dormir e esquecer a fome.
Quer saber ? não ligo para eles. Que se fodam, de verdade. Não vou ajudar. Ninguém pode me culpar por ter teto e comida. - Parte censurada. - Tenho dinheiro para comprar cigarro todos os dias, aonde dormir e morar, estudo nas melhores escolas e compro o que eu quero. Foda-se. Sério.

Lu; talvez aí esteja o meu maior erro, eu me preocupo com as pessoas não só as que amo...essas eu me preocupo porque eu gosto, porque sei que vale a pena.

Porque além de idealista é humanitário e isso não é erro.


Lu; eu tenho a mania de me preocupar com pessoas que não conheço de que adianta ser idealista e humanitario se todos os dias teus pais esfregam na tua cara que vc não tem uma merda de emprego e que vc não se adequa a uma sociedade falida? qual é a desse mundo? temos todos que ter a porra do cabelo do restart. todos temos que ouvir aquelas bostas que tocam em rádio, todos temos que estar nos sites da moda, temos que ter fakes de shapes bonitas e famosas pra que?
em troca de um sorriso de uma sociedade que, quando não estamos olhando, debocha de você? to cansado de tudo isso... cansado dessa casa, dessa familia, de mim.


Sociedade, é a forma mais fingida de vida. Isso quer dizer que; somos todos uns hipócritas filhos de uma bela puta. A sociedade não debocha de nós, por isso eu a torelo. . . não só porque é a unica forma de pseudo-viver, e sim porque ela é tão fingida e depressiva quanto nós. As pessoas, a porra das pessoas fizeram de sí mesmas uma massa generalizada que não pergunta e não busca aquilo que quer, ou que a faz sentir gente, hoje em dia, nós não somos mais gente, estamos vivos sem viver. . .  E vai continuar cansado eternamente. Até depois que morrer. . .
Porque tudo vai ser igual. . . fechar os olhos e dormir ? creio que a morte não é isso, seria fácil de mais se esquecer. . .vai ter tempo para se martirizar e arrepender. . . A vida é um buraco fodido que arrasta agente e depois dá um tombo hediondo chamado morte. É assim que funciona, mas você não se despedaça e deixa de existir. . . você ainda fica tentando voltar, ou reviver mentalmente tudo o que fez aqui, mesmo que tudo, tenha sido nada. É essa porra aí, não tem para onde correr. Você nasce, cresce e morre, e nada disso precisa fazer sentido.




Material protegido por direitos autorais. 
Criação; Luís e Kammila. 


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Não faz sentido.

Não consigo pensar. Minha cabeça vai explodir, nada vai me fazer esquecer.  A dor do desespero, Ela nunca passa, ela sempre volta. Lembranças. Estou com medo. Quero sumir. Para onde ? Queria ser fria o bastante para não chorar. Estou assustada, me sinto frágil. É tão ruim, não quero dormir. Estou com medo de deixar você ir dormir, não quero que ninguém durma, e se eu acordar e você não estiver mais aqui ? como vai ser. . . eu não quero pensar nisso. Não consigo não pensar, mas ainda não consigo pensar. Eu ouço vozes, as risadas. Lembro da praia. Lembro dos momentos, de todas aquelas coisas. Ele não vai estar aqui quando eu acordar. Não entendo. Porque ele fez isso comigo ? Preciso de um cigarro, alguém tem heroína ? me tragam ele de volta. Me perdi. Preciso de mim. Preciso dele. Me sinto desmoronar. Não sei o que estou sentido. Loucura, estou ficando louca. A intensidade das minhas palavras, o modo como não quero, mas não consigo parar de falar me assusta. Você vai voltar ? Pode ouvir ? Pode me ver ? Aonde você foi ? Quando volta ? Estou esperando. Não vai voltar, eu sei.
Mas preciso dizer isso á mim agora. Preciso mentir, me enganar. Ninguém vai dormir hoje, não vou deixar. Me prometam, vão estar aqui amanhã, e depois, e depois. . . Preciso de um abraço, De quem ? não sei. Quero um sorriso. Suas palavras, me diga que a vida nunca é o que espera. Me diga que está mal. Me diga que vamos tomar uma pinga amanhã e resolver tudo. Você está bem ? Desculpe, eu preciso saber. Não sei o que sentir. Ainda não consigo pensar em nada. Quando vai vir me ver ? Preciso de você agora. Estou falando tanto, faz algum sentido ? Tem qualquer ligação instável nas minhas palavras ? Não. A dor, ela nunca passa. Ao invés de meia hora distante, está meia hora mais assustadora, mais constante. A dor, é, ela está me dando socos. As estrelas, elas continuam mentindo. E sim, elas ainda brilham. Por quanto tempo ? Não sei. As estrelas também não podem dormir, preciso delas. Quero mentira, quero o brilho amanhã, o brilho mentiroso, o brilho da falta. Isso vai passar ? nunca, isso posso me dizer. Não consigo mais mentir. Quanto tempo se passou ? Não sei. Preciso dormir, mas não quero.
Estou me sentindo em desespero, mas parece outra mentira. Verdade ? verdade agora é relativo. Te sinto tão perto, tão do meu lado. Mas sei que está longe. Preciso saber, vai voltar ? Vai vir me ver ? Quantas ainda vamos tomar juntos. Não vá dormir. Não feche os olhos. É um sonho, um sonho ruim. Não digo pesadelo, pesadelo é vulgar. Preciso de você.


Dedicado á Wanderson e Wander. - 25 de setembro de 2O1O. Grandes amigos, ótimos irmãos. 

Luto. 


segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Não tenho um título para isso. Você tem ?

Começo a escrever sem planejar a exatidão das palavras, com tudo, havia um vazio constante que me tomava e em momentos de maior solidão, me convinha contar á mim mesma sobre alguns de meus motivos, mesmo que eu não os tivesse. Um dia, vi alguém dizer que negávamos a escuridão dentro de nós, plantando postes de luz a cada dois metros na rua, e lâmpadas em nossas casas, seria essa a grande dúvida da vida ? Ou seria essa, apenas mais um erro cometido na vida ?
Talvez meu maior erro fosse pensar de mais, e me frustrar por ver que haviam tantas coisas no mundo, e nada em que eu realmente me encaixasse, agente espera muito da vida, e se decepciona com ela, espera muito dos outros, e acaba sozinho, acabamos por esperar mais ainda de nós mesmos, e assim, numa mescla de angústia e consignação, nós só acabamos. . .

Me perdi para mim a alguns anos, quando notei que não necessariamente eu tinha que ser alguma coisa na minha vida, embora eu quisesse mais do que tudo no mundo, me encontrar dentro de mim, para somente assim, ter algo em que me apoiar quando precisasse. Numa sala pequena, somos acostumados a sonhar, e ter esperança diante do caos organizado que tornamos o mundo. Mas somos todos indiferentes, fazendo de nós mesmos os críticos, quando somos os admiradores do caos da humanidade. Quantas pessoas você viu hoje, que precisavam de um prato de comida ? E por quantas delas você sentiu nojo ? O fato é, que somos feitos da mesma matéria prima, todos eles tem pele, independente da cor, todos tem sangue correndo nas veias, do mais rico homem no mundo, ao mais pobre, do mais infeliz ao mais triste, Somos todos iguais, e em nossa pequeneza, incapazes de nos ver assim.
As vezes me sinto tão presa dentro de mim, a vontade de chorar aperta, as paredes somem e eu viajo para um nada, um caos generalizado que se resume em absolutamente nada, me passo a pensar em coisas inúteis, como, Quem somos nós para julgar ? descriminar ? sentir nojo ? E sentimos tudo isso ainda assim. . . Quem somos nós para simplesmente desejar qualquer que seja a coisa no mundo, se tudo acaba, se deteriora, transformando sua felicidade em algo completamente efêmero. . .
Isso não é vida, não estamos vivos. Estamos brincando de viver, fingindo que vivemos, fingindo que choramos, sentimos, rimos, ou qualquer outra coisa, porque somos frios e tudo dentro de nós passa por mais intenso que possa parecer . . .
Isso me faz sentir um monstro, e quer saber ? A sensação não é ruim.